Rosângela Benetti Almeida

Advogada. Especialista em LGPD.

No passado: cartão de visitas. Regra geral, a balança, um endereço e telefone. Depois veio o e-mail e o WhatsApp.

Alguém ainda lembra de um advogado com sua máquina de escrever Oliveti com papel carbono?

Era um “desenho” (quase) estático.

Muito, muito, muito depois foi ter uma “página” na Internet. Quase estática, com o máximo de habilidades que se queria “vender”, evoluindo para fotos do local. A aparência pomposa das salas do escritório contava e dos sócios, com gravata e terno e o tailleur.

Não estamos – nem podemos estar mais – neste arcabouço de desenho.

Mas daí pular para “sites” que mais pareciam empresa de mobilidade urbana, cheia de luzes e neon não parece ser a fórmula correta de passar QUEM SOMOS.

Eis que surge o conceito de usuário de serviços, como já se enxergava o consumidor.

Buscar uma resposta adequada às motivações e necessidades do cliente, um ser humano dentro do mundo das normas e dos direitos.

O que se mostra, layout, chamadas, palavras devem dar informações claras ao demandante, futuro cliente.

Grandes advogados e experimentados escritórios têm conhecimentos importantes, que poderão ser utilizados nas teses e processos futuros, mas para o cliente tem que saltar à vista o que lhe toca.

Houve quem falasse o tempo todo em “design thinking” como se fosse uma “outra forma de pensar”. Não, pensar não muda, mudam as formas e a gente se aperfeiçoa.

É, na verdade, uma abordagem criativa que tem como foco pensar em projetos e soluções de forma visual.

Antes do cinematófrago, as pessoas liam muito mais. A TV balançou o cinema.

Mas, apesar dos livros digitais, dos gráficos mais sofisticados nos e-books, o livro permanece.

No caso do design thinking, parte da efetivação do “legal design”, vinculado ao mundo jurídico, não é chamar o cliente, falar e perguntar, perguntar e falar. Antes disto, ele tem que ver ganho para uma solução que viu no advogado.

Veja logo o foco do problema enfrentado pela empresa que lhe procurou, qual o público interessado em uma solução e quais as necessidades dessas pessoas.

Localizado o problema, é buscar uma solução (criada a partir das necessidades do público de interesse).

Já vai tentando como colocar em prática.

Vem em seguida a ação.

É aqui que os profissionais começam a implementar as ideias escolhidas e testadas nos momentos anteriores da estratégia de design.

Afinal, o que é e como surge o DESIGN.

É novíssimo. Fala-se em design de 1980 para cá, começou com a valorização de artes manuais.

Dali para a tela do computador foi um passo não só na materialização de móveis, equipamentos, mas DA FORMA DE SER E FAZER.

SAIBA O QUE É LEGAL DESIGN

Não é modismo. É uma técnica. A soma de “design” com “design thinking” cria sólida linguagem com forma e conteúdo, para expressar, por exemplo, uma norma jurídica, compreensível ao cidadão em geral.

Exemplo:

Empregado, sempre que desejar, pode vender 1/3 de suas férias. O empregador deve comprar/pagar.

LEGAL DESIGN

Há quem fale o tempo todo em “legal design” como se fosse outro meio de advogar.

É uma abordagem criativa de trabalhar com foco em projetos e soluções de forma visual e de linguagem compreensíveis para a necessidade das pessoas.

O cliente busca e compra soluções que entende.